terça-feira, 22 de setembro de 2009

Quadras Soltas

É no recinto da praça
Que nos vamos divertir
A entrada é de graça
Tu, também lá podes ir!

Há tanto cão estragado
Que eu não posso entender
Embora esteja afastado
Eles, continuam a morder

Seria uma grande maravilha
Se disso fossem capaz
Que os membros da quadrilha
Me deixassem viver em paz

Para não haver complicação
Correndo tudo a seu gosto
Pago as toalhas de mão
Ou será que são de rosto?

Ouve meu amigo afinal
Um conselho muito meu
Não vais ao meu funeral
Que eu também não vou ao teu

Esta conversa comprova
Neste local e agora
Quem tem mulher nova
Não deve dormir fora

Afinal que mulher és tu?
Eu que te julgava asseada
Andas sempre a limpar o Cu!
Certamente estás cagada

Isto não é de admirar
O que o meu ouvido escuta
Em quem foram votar?
Esses filhos da p....!

sábado, 5 de setembro de 2009

Dia dos Namorados

É dia dos namorados
De alegrias e paixões!
Ou corações despedaçados
De tristezas e ilusões?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Quadras Soltas

Não nego uma gorjeta
Nem nunca forreta fui
Aqui vai a moeda preta
A que eu devia ao Rui

D.Manuela e Maria da Luz
Quando eu olho para elas
Fico a pensar como Jesus
Conseguiu coisa tão belas

O que mais me consola
E me dá gozo total
É que não tens gaiola
Para prender este pardal

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Dia do Pai

Vai meu amigo vai
Vai e procura a luz
Vê se encontras um pai
Como o nosso Pai Jesus

domingo, 30 de agosto de 2009

Quadras Soltas

Esta vida não é minha
Pois ela a Deus pertence
Porque a fúria que eu tinha
É, Jesus que a vence

Dia do pai masculino
Dia da mãe feminina
Um é o pai do menino
A outra a mãe da menina

Vejo a luz do dia
E a noite tão escura
Vejo o rosto que sorria
De uma pobre criatura

Pobre que passa a tremer
A tremer passa o pobre
Como poderá ele viver
Sem a ajuda do Nobre?

Passo a vida a pensar
A pensar passo a vida
Não vale a pena chorar
Porque ela será vencida

Quem me dera ser pintassilgo
A cantar dentro do silvado
Ou um porco no pocilgo
Nessa vida de cevado

Eu não gosto de pedir
Mas a pedir até venho
Já que a falta se faz sentir
E este objecto não tenho

Passo a vida a sofrer
A sofrer passo a vida
Sei que irei morrer
Sem a batalha vencida.

sábado, 8 de agosto de 2009

Quadras Soltas

Semana passa, outra vem
E mais uma irá passar
Decerto é que ninguém
O tempo vai agarrar

Neste Mundo de rancor
E de tanta vingança
Com a falta de Amor
Vamos perdendo a Esperança

O homem quando se deita
Com a vontade de se levantar
Mas como a Morte espreita
Já não o deixa acordar

A Morte vem impiedosa
Tem por nós piedade
Não sejas rancorosa
Deixa viver a mocidade

O viver é uma ilusão
Há muita gente iludida
Se não houvesse traição
Era bom viver a Vida

Triste é noite escura
E dolorosa é a morte
Mas a maior amargura
Viver no mundo sem sorte

O que me causa sofrimento
E muito me desconsola
Ver crianças ao frio e vento
Descalças pedindo esmolas

Nosso Senhor Jesus Cristo
E as tuas cinco chagas
Aquelas que tenho visto
Só tu é que as lavas

Vida é passageira nuvem
Que ninguém pode conter
Cada um de nós tem
Hora certa para morrer

Vida é pura ilusão
Nuvem que se esvai
Folhas perdidas no chão
Lágrimas que do rosto cai

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Sorriso irónico

Quem tem o descaramento
De andar sempre a rir
Tem dentro do pensamento
Algo que quer encobrir

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Disparates

Diz-me cá sem vaidade
Quantas estrelas há no céu
E também se é verdade
Haver noivas sem véu.

Se tu queres saber então
As noivas que o Mundo tem
As casadas já não são
E as solteiras mais de cem

Se tu és um contador
E andas sempre a contar
Diz-me cá por favor
Quantos peixes há no Mar?

Contar os peixes no Mar
Eu não posso ir ao fundo
Nem tão pouco juntar
Todos que há no Mundo

As estrelas estão no céu
As arvores estão na terra
Há noites da cor de breu
E o Sol a luz fizera

Eu gostava de saber
Quantas arvores há verdinhas
E já prontas a comer
Quantos bagos dão as vinhas

No Mundo há muitas estradas
E rios a correr para o mar
Há animais em manadas
E muitas aves a voar

Quantos são os rios
Que correm cá na terra
Se sabes diz quantos pios
Canta a coruja na serra

Gostava de ver a dormir
De trabalhar a descansar
Também de chorar a rir
E estar parado a andar

Com as pernas a voar
De costas subir a serra
Ir a pé pelo Mar
Destruir barcos de guerra

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Quadras Soltas

Foi 25 de Abril em Portugal
Dia da Revolução Nacional
Do poder entregue ao Povo
Feito por valentes Capitães
Alegria de pais e mães
Sorrindo neste país novo

Gosto do dia claridade
E da noite escuridão
Adoro a sinceridade
Que alegra o meu coração

Vejo de noite o luar
E a claridade do dia
Vejo o pobre a cantar
Em contagiante alegria!

A parreira dá a uva
A uva não dá parreira
Também a mulher viuva
Nunca mais será solteira

Gosto do dia claridade
Adoro na noite escuridão
Gosto muito da sinceridade
Que trazes no coração

Se não sabes porquê
Que tens que viver na Ilha?
Porque tens um olho que vê
E uma mão que pilha!

Mais me valia morrer
Que viver nesta tristeza
Ter vontade de comer
E, não Ter nada na mesa

O que meu pai dizia era real
Confirmava-o a minha mãe
Que ninguém faça o mal
À espera de receber o bem

Quem nunca entrou na escola
Para aprender a ler
Não desenvolveu a tola?
Ficará assim até morrer

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Quadras Soltas

Com martelada patética
Sem guerra e sem coice
Dizem que a União Soviética
Perdeu o martelo e a foice

Para serem bons artistas
É preciso muito tacto
Por isso os comunistas
Estão a sair do buraco

Aonde estão as amplas liberdades?
De um regime dito tão correcto
Será que tudo eram verdades
Ou as mentiras chegavam ao tecto?

Percorri longa estrada
Antes de ser reformado
Agora não faço nada
Quero estar descansado

Fazer quadras que alegria
Feitas por este pateta
Mas, com esta porcaria
Como poderei ser poeta?

Porque ando sempre a pensar
Já não oiço cantar o cuco
Qualquer dia se calhar
Até vou ficar maluco?

Só me sinto satisfeito
Quando faço simples quadras
Que ficam sempre sem jeito
Quando ao meu lado tu ladras

Quando faço poesia
Fico alegre e contente
Porque a minha filosofia
É chatear muita gente

Quando faço poesia
Não para ganhar dinheiro
Pois a maior alegria
É atiçar o rafeiro

Eu, qualquer dia até morro
Isso de certeza não irá falhar
Deixo cá muito cachorro
Uns a ganir, outros a ladrar

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O flagelado Largo D.Pedro I

Porque pareces com medo
Vais abrir um buraco
Lá no Largo D. Pedro
E, guardas a terra no saco?

Eu apenas quero alertar
Já que tanto assim obrigas
Para uma guerra nuclear
A Glória, já tem ogivas?

Mas o Marco que é devoto
Leal e bom amigo
Diz que vem o terramoto
E a rampa serve de abrigo!

Quem assim tanto esgravata
Algo irá descobrir…
Nesta arquitectura abstracta
Que nos dá vontade de rir!

Este inventor é astuto
E tem um grande caco
Para levantar o Pau – Luto
Já não é preciso o Macaco…

É uma velha história
Não vi outra como esta
Certamente a nossa Glória
Irá ter uma grande Festa?

Cuidado com as confusões
Mas isto tudo espanta
Ter uma rampa de foguetões?
Mesmo defronte da Santa!

Ó Virgem mãe das alturas
Não nos dês esse castigo
Tira do largo as Viaturas
Porque elas correm perigo

Mas tu que não és parvo
Só apareces muito depois!
Quando chegares ao largo
Arruma os Carros de Bois?

Já que chegou o Maioral
Para apartar o gado?
Vou pôr um ponto final
No triste conto acabado!

MAS ATENÇÃO

AFINAL E PARA CUMULO
EU DESCOBRI O SEGREDO!
QUE AQUILO É TUMULO
DO NOSSO REI D.PEDRO !

SE A MEMÓRIA NÃO FALHAR
É MESMO NO SÍTIO DO MASTRO!
AGORA SÓ PRECISAMOS ARRANJAR
LUGAR PARA A : INÊS DE CASTRO!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Corridas das Estrelas? Fenómeno Men - Tereológico?

O dia 12 de Agosto, foi um colosso
Deixou o Universo em alvoroço
Com gente de cabeça ao léu
Todos olhando para o Céu
Espreitando as estrelas Cadentes
Que não estiveram presentes
Velhos e Novas, Novos e Velhas
Para verem a passagem das estrelas
De olhos postos no firmamento
Não falhando um só momento
Para as poderem localizar
Parecia o Concurso “Cabeças no Ar”
Noite sem dormir, que maçada
Ninguém conseguiu ver nada
A Meteorologia fez manha
Aos que subiram a Montanha
Num percurso penoso e duro
O melhor local era o escuro
Para uma operação bem sucedida
Usufruir de uma festa apetecida
Em todo o Mundo correu gente
Mas só viram a estrela Cadente
Foram muitos Milhões à procura
Foi uma autêntica loucura
Por isso toma conta bom Português
Não vais cair outra vez
Muito cuidado com o arrebitar do nariz
Disto quem sabe é Deus, mas não o diz
São fenómenos de eterna natureza
Esta é a inconfundível certeza
Muita atenção e respeito e preciso
Com coisas sérias temos que ter juízo
Repara que és muito pequenino
Comparado com a grandeza do Divino!

Depois de tudo acabado, sorri
Ficou a desolação, sem planos
Aquele fenómeno, eu até vi
E, são passados, sessenta anos.

1933 Outubro, segunda-feira


Glória, 13 de Agosto de 1993

terça-feira, 30 de junho de 2009

Ano Novo

O Primeiro trouxe nevoeiro
Chegou muito envergonhado
Por não devolver o dinheiro
Roubado o ano passado

No primeiro dia de entrada
Perdi logo todos os gostos
Porque fiquei sem nada
O dinheiro foi para os Impostos

Há quem trabalhe no duro
Alguns neste país
Duvidamos no futuro
Do Ano Novo e feliz?

Enxada peça de ferro
Manobrada com os braços
A ela eu tanto quero
Que acompanhe meus passos!

domingo, 28 de junho de 2009

Ironia

Mas que grande maçada
Isto continua tudo torto
Para que serve a estrada
Ao homem no fim de morto?
.
Dizem que morreu o fascismo
E nasceu a Liberdade?
Mas agora só vejo cinismo
Mais velhacos e maldade!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Liverpool

S.Bento da Porta Aberta
Cuidado com a capoeira
Que os Ingleses pela certa
Te passam uma rasteira

O Benfica deu tristezas
Há muita gente a chorar
Dará alegria de certeza
Quando voltar a ganhar

terça-feira, 23 de junho de 2009

Glorianos

O Mar nos viu nascer
A Charneca nos criou
O Tejo viu-nos crescer
E o Sorraia nos amou

A Senhora têm mão fria
Mas seu coração quente
Com essa grande alegria
Até contagiou a gente

Todos nós temos uma cruz
Repara bem no que digo
Já o nosso Bom Jesus
Sofreu esse grande castigo

Passa um Ano, outro passa
Os Anos passam no fundo
Só que não passa a desgraça
Que abunda neste Mundo

Vem cá meu Amor
Chega aqui minha lindura
Quero ver se és a flor
Que eu ando à procura

Eu não sou nenhum Vata
Vata era o meu Avô
Porque no meio de tanta sucata
Eu, já não sei o que sou

Vamos começar novo Ano
Mas pensando cá para mim
Que haverá muito fulano
Que não chegará ao fim

Já fiz o favor amiguinho
Meu companheiro “camarada”
Tenha cuidado no caminho
Não vá perder-se na estrada

Dentro de momentos vou partir
Irei para parte incerta
Só que posso garantir
Não vou para Ilha Deserta

Mais um Ano passou
Agora estamos mais velhos
Já dizia o meu Avô
Que nos dava bons conselhos

domingo, 21 de junho de 2009

Um pouco de mim, para ti Ribatejo

CAMPINO

Come uma boa caldeirada
Monta o Cercal, pega no pampilho
Vai para mais uma largada
Esquecendo, mulher e filho


ISTO SOMOS NÓS

Ribatejo de porte fino
O teu Povo trabalhando
Da destreza do Campino
À genica do Fandango


CAMPONEZA

Tu és mulher Gloriana
Os teus braços, um arado
Na campina Ribatejana
A tua fama dá brado…

QUOTIDIANO

Neste lindo e querido Ribatejo
Tens gente de coragem e valor
Que, nas margens do Rio Tejo
Cultivas pão para os filhos com Amor

VERDADES

Gente humilde e com garra
Nela tens o melhor tesouro
Cantas o fado, dedilhas a guitarra
E pegas de “caras” o touro

PREDICADOS

Saúda sempre quem passa
Com generosidade e nobreza
São timbres desta raça
Ribatejana e Portuguesa

Glória, 15 de Agosto de 1990

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Recordar


Na Foto: José Gacha, Caneira e Mário

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Quadras Soltas

Quem espera sempre alcança
Diz o povo com razão
Mas eu perdi a esperança
Por ver tanta frustração

O Pai Natal já lá vai
O Ano velho já abalou
Aquele não sabe do pai
E este perdeu o Avô

Ano Velho já acabou
E com ele as ilusões
Ano Novo começou
Alegrem-se os corações

Há sempre um mês que passa
Logo passa outro mês
Cada vez há mais desgraça
Há mais desgraça outra vez

Quero apenas alertar
Nisto que vou dizer
Que deve bem mastigar
Aquilo que vai comer

Embora não tenha medo
Nem tão pouco ilusões
No Mundo não há sossego
Enquanto houver ambições

terça-feira, 16 de junho de 2009

Poeta?

Para conseguir ser poeta
Veia é preciso Ter
Não o é qualquer pateta
Que julga poder ser

Ser poeta é ser alguém
Mas não tenhas ilusões
Por isso é que ninguém
Consegue imitar o Camões

Foi um homem de valor
Que nasceu à luz do dia
Foi bom poeta e escritor
Imortal é a sua poesia

Há um muito pobrezinho
Que é bom recordar
Com afecto e carinho
Aleixo te quero amar

Houve ainda um outro
Bem afinado de sentidos
Que embora fosse maroto
Não estragou os tecidos

Na poesia é conforme
Naquilo que a gente tem
Enquanto uns passam fome
Outros vivem muito bem

Uns poetas cantam na rua
Para ganhar alguns tostões
Outros vivem na amargura
Por não irem aos salões

Querem saber se sou poeta
Fazem sempre esta pergunta
Sou apenas um pateta
Como esta gente junta

domingo, 14 de junho de 2009

Bicharada

Salta a lebre na charneca
Chia o rato no valado
O pargo não é faneca
O pastor vigia o gado

A aranha está nos buraquinhos
A girafa não pode subir
Os peixes estão fresquinhos
Mas eu não sei mentir

Canta o rouxinol no silvado
O porco dorme a sesta
E o leite vai no azado
Muito ao gosto da boneca

Anda o canguru a saltar
O leão ruge na floresta
A corça quer mamar
E o suíno dorme a sesta

Geme a toupeira no buraco
O rafeiro guarda ovelhas
Trepa na arvore o macaco
E o elefante sacode as orelhas

A águia anda a caçar
O búfalo coça na testa
A noite dá o luar
E o camelo vai à festa

O trigo louro vai nos sacos
A chuva cai nas telhas
Loiça partida é cacos
O vinho corre para as celhas

O salto vem da pantera
O chimpanzé está fardado
O grilo vem na Primavera
E aparece o trigo e o leopardo

Berra a cabra pelo filho
O cavalo levanta as crinas
O bode usa barbilho
E o boi abre as narinas

O lobo anda na serra
O caracol no jardim
E se o bisonte quisera?
A pomba ao pé de mim !

Foge o gato do cão
O chibo arma sarilho
Briga a cobra com o sardão
O comboio corre no trilho

O ouriço chama a gazela
E o pato junta-se ao peru
O frango coze na panela
Mas o corvo come-o cru

O coelho foge do furão
As borboletas tem asas finas
O calor vem no Verão
Para bronzear as meninas

O cavalo usa cela
A cigarra salta a teia
A formiga come morcela
E o morcego falta à ceia

O burro morde na burra
Nascem as águas nas fontes
O toiro na vaca turra
Os rio nascem nos montes

A lagarta está na horta
O borrego no lameiro
O bicho de madeira corta
O chaparro e o pinheiro

A zebra até zurra
Cai a neve nos montes
O atrevido leva surra
Na água banham-se rinocerontes

O javali é esperto
O urso é valentão
Se o golfinho anda perto
A foca já come à mão

O macaco anda aos saltinhos
As abelhas voam a zunir
O camaleão vai aos raminhos
E o cão ladra a ganir

Aparece a égua e a cadela
Crocodilo, hipopótamo e veado
A mulher espreita na janela
E o homem a fugir é obrigado

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Andorinhas

Primavera trás andorinhas
Aos milhares quem dera
Se fossem todas minhas
Havia sempre Primavera

As andorinhas andam no céu
Vem do norte ou do sul
Voam sobre o meu chapéu
No céu limpo e azul

Andam em louca correria
Ao despique com os pardais
E com imensa alegria
Fazem ninhos nos beirais

Chegam com tanto carinho
E trazem tanta saudade
Não lhe destruas o ninho
Não pratiques essa maldade

Saudades que tinha delas
E toda a gente concerteza
Passando rente às janelas
Com uma incrível ligeireza

Os bichos que elas devoram
Nos espaços que são seus
Mas quando se vão embora
Parecem dizer adeus

Estas queridas avezinhas
Que lindas elas são
E raramente as pobrezinhas
Estão pousadas no chão

Nutre por elas afeição
Do que a outros pardais
Não sei porque razão
É delas que gosto mais.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O que é o Homem?

Por se julgar importante
Vivendo para si só
Deixará de ser repugnante
Quando voltar a ser pó

Veio ao Mundo sem saber
É isso que me dá graça
Porque depois de morrer
Só lhe resta a carcaça

Nada me causa aflição
Mas esquecer não consigo
Se é pobre fica no chão
Sendo rico vai para o jazigo

Se tem muito vive bem
Vive mal sem Ter nada
O certo é que cada um tem
Igualdade na ossada

Há duas versões a ver
Que são puras realidades
É no nascer e no morrer
Há de facto igualdades

Se és bom pensa nisto
Tens o que o mau não tem
O que foi feito por Cristo
Não o conseguiu ninguém

Se tens saúde sobretudo
É valente e tem mania
Se está doente perde tudo
Quando chegar a agonia

O homem julga-se forte
Isso são defeitos nossos
Nessa aparência e porte
Só é forte nos ossos

Neste Mundo tão ruim
Em que há tanta maldade
O que mais gosto de mim
É repor sempre a verdade

Por haver tanta falsidade
O Mundo está pior
Se houvesse humanidade
Decerto estaria melhor

terça-feira, 9 de junho de 2009

Dia do Mar

Hoje é dia do Mar!
Por isso é bom reconhecer
Se o mar e a terra acabar
Não teremos o que comer!

É nesse imenso mar!
Que o pobre pescador
Anda sempre a lutar
Com sacrifício e amor

Glória,29 de Setembro de 1983

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Este Mundo é uma Loucura

ESTE MUNDO É UMA LOUCURA
GENERALIZADA E COLECTIVA
POUCOS SÃO OS QUE TÊEM CURA
PERDERAM A NOÇÃO DA VIDA


1ª GLOSA

A Honradez foi vencida
Perdeu-se o respeito humano
Não há nenhum fulano
Que sinta a verdade querida
A dignidade já foi perdida
Todos se lançam na aventura
Mas a leviandade pouco dura
Desta autêntica veracidade
Vamos sofrer a calamidade
ESTE MUNDO É UMA LOUCURA


2ª GLOSA

Mas, se houver gente madura
Que tiver olhos para ver
Decerto logo vai entender
Que não queremos a tortura
Desejamos o bem para a criatura
Ter na miséria uma saída
Vê-la alegre não comovida
Porque se assim não for
Será ainda muito pior
GENERALIZADA E COLECTIVA

3ªGLOSA

Se estiver mal e apreensivo
Pensando só nas facilidades
Tem que contar com as falsidades
Porque há muitos aldrabões
Bem contados são Milhões
Que aparentam uma certa ternura
Mas só nos causam é amargura
O que parece fácil, dura pouco
Muitos habitam o Mundo louco
POUCO SÃO QUE TÊEM CURA


4ªGLOSA

Quem se lança na aventura
Mais andará ao sabor da sorte
Perderá certamente o Norte
Tem que ter outra cultura
Usando uma certa lisura
Senão ficarás no Planeta perdida
Seria pois mais uma arrependida
Isso nos causaria bastante dó
Esses errantes no Mundo só
PERDERAM A NOÇÃO DA VIDA

Glória do Ribatejo, 10/08/1993

sábado, 6 de junho de 2009

Preguiça

Levantei-me de madrugada
E sem inspiração porém
Por Ter a tola cansada
Não há quadra para ninguém

Quando lá vou a passar
Dá-me vontade de rir
Ver os Muges a olhar
E nenhum está a mugir

É isto que me consome
E me provoca amargura
Dizem que não há fome
Que não dê em fartura

Eu digo com amargura
E esse facto consome
Se há tanta fartura
Porque que há fome?

O Mundo é uma bola
Gente nela anda a rodar
Mas vai haver cachola
Quando essa bola parar

Anda todo o Mundo a passar
Para trás e para a frente
E isto só vai parar
Quando morrer esta gente

Neste Mundo que dizem cão
Outros dizem de senhores
A culpa e do patrão
E também dos trabalhadores

Faleceu seu querido pai
Foi chamado por Jesus
No caminho já vai
Para encontrar a luz

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Flores

Um conjunto de flores
Fazem um jardim belo
Composto de muitas cores
O rosa, o branco o amarelo

Por muito que os pintores
Imitem as cores delas
Nem pensar meus senhores
Conseguem cores tão belas

Tomem nota meninos
Oiçam com muita atenção
As plantas em vasos finos
São iguais às do chão

Por isso eu presume
Que em qualquer país
O valor do seu perfume
Deixa muita gente feliz

Até vão às corridas
E ás praças de touros
E entram nas ermidas
Feitas em coroa de louros

Nas suas formas dispares
Onde há algum mistério
Umas brilham nos altares
Outras murcham no cemitério

Por terem tanto valor
As que são naturais
Ninguém consegue dar cor
Às que não são reais

Gosto das flores afinal
Dos cheiros que elas dão
As rosas de Portugal
Se transformaram em pão

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Dia do Deficiente

Hoje é dia do deficiente
Que são um milhão de coitados
Portanto toda essa gente
Devem ser bem ajudados

Há comemorações universais
Festejados todos os anos
Mas cada vez há mais
Desvios aos direitos humanos

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Poemeto do Vinho

Briga o vinho com o juízo
Sendo ambos camaradas
Se o vinho não fosse preciso
Não eram as vinhas amanhadas

O vinho mede-se às canadas
O juízo, não se pode medir nem pesar
Só com palavras acertadas
É que se possa ouvir

Porque o vinho vai descobrir
O segredo mais fechado
E o juízo fica a zunir
Se no vinho está confiado

Porque és homem honrado
Não vais entrar na confusão
Por isso aqui fica o recado
Bebe sempre com moderação!

Glória, 15 de Agosto de 1990

Fado

É por alguma razão
Que se canta o fado
Desditas do coração
Quando está apaixonado

Canta-se o fado em jejum
Até canta o embriagado
Pois canta-o qualquer um
Desde que goste de fado

A falar também se canta
Os recados do pensamento
São lamentos da garganta
Voando ao sabor do vento

Há gente a cantarolar
Outros cantam a preceito
Aqueles estão a imitar
O que estes fazem bem feito

Canta a cotovia na serra
O rouxinol no silvado
Canto eu na minha terra
A voz do lente fado

Não canto como a cotovia
Nem mesmo como o rouxinol
Meu cantar tem melodia
Neste pais cheio de sol

terça-feira, 2 de junho de 2009

Foto


A Filha Maria Jacinta

Dia da Mulher

Hoje é dia da mulher
Que é a mãe da humanidade
Esquece-la ninguém quer
Desta autêntica verdade

É da mulher um dia só
Mas ela merece mais
A neta de sua avó
Querida filha dos seus pais.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Quadras Soltas

Não sou rico, não tenho ouro
Não sou alteza, nem nobre
Mas tenho um grande tesouro
Sinto orgulho em ser pobre

Riquezas vaidade gera
Mas se levantar o véu
O que é pobre na Terra
Mais rico será no Céu

domingo, 31 de maio de 2009

Crianças

Se as pessoas se amassem
Em vez de fazerem guerra
E se elas bem soubessem
O mal que fazem na terra

Isto é um grito de alerta
Vigoroso e profundo
Que se faça uma colecta
Para elas em todo o Mundo

Tantas crianças a sofrer
Sem culpa de Ter nascido
Muitas estão a morrer
Sem que as tenham socorrido

Em vez de ódio e rancor
E de tantas coisa mesquinhas
Que haja algum amor
Dedicado ás criancinhas!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Minha Terra Minha Gente (Homens)

A enxada é que cava
E sulca o duro chão
Com ela se semeia fava
Por ela teremos pão

Vi tantos homens a cavar
Da colina até ao brejo
Nos teus campos a lutar
Ó meu querido Ribatejo

Trabalhas mesmo ao calor
E não denotas fadiga
É com alegria e amor
Que ganhas a tua vida

Tens a foice numa mão
Na outra o louro trigo
Nos lábios uma canção
Que cantas com o amigo

Nos olhos cai-te o suor
Que te encharca o rosto
Tens sempre o mesmo vigor
Desde o nascer ao sol posto

Quem por ti passar
Não te presta atenção
Ele ficará a pensar
Que falta de educação

(05/04/1984)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Minha Terra Minha Gente (Mulheres)

As tuas cachopas trigueiras
São as mais belas e finas
Na arte de mondadeiras
Das nossas ricas campinas

Tu és mulher Gloriana
Os teus braços um arado
Na campina ribatejana
A tua fama dá brado

Não te metes em sarilhos
Ganhas o honrado pão
Para criar os teus filhos
A tua enxerga é o chão

Deixas a terra amada
Ganhas a vida com suor
Nunca estás revoltada
Trabalhas do nascer ao pôr

Levas a foice na mão
E na boca o sorriso
Para ganhares o pão
Aquilo que é mais preciso

Cachopas da minha aldeia
Campinas a tempo inteiro
Dançavam depois da ceia
No claro luar de Janeiro

(05/04/1984)

Minha Terra Minha Gente

És Glória do Ribatejo
Outrora Santa Maria
Do alto o Tejo vejo
Quando a Lezíria enchia

Com os campos alagados
Tinhas de arrumar a enxada
Como não recebias ordenados
Não tinhas dinheiro para nada

A tua primeira gente
Não é daqui do pé
Por essa razão se sente
Alguns traços da (Zona Nazaré)

Mas de qualquer maneira
É gente de Portugal
Autêntica e verdadeira
Lá vinda do Litoral

É povo que sabe amar
Não tem nada de guerreiro
Apenas quis desbravar
Terras de D.Pedro Primeiro

D.Pedro foi bem rei
Outro não vem outra vez
Eu por ti até rezei
No túmulo de Dona Inês

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O Roubo do Século

Roubar não é coisa rara
Mas é preciso ser afoito
Mesmo sem tapar a cara
Se assalta o Grupo Oito

Para roubar nos montões
É preciso Ter habilidade
Mas para desviar milhões
Basta viver na cidade

Gatunagem à vontade
Nestas leis de funil
E com esta liberdade
Lá vão cento e oito mil

Tu és vivaço e esperto
Tiveste acesso à cultura
Lembra-te que o analfabeto
Vive em constante amargura

Vejo pessoas ao passar
Pontapear pedras na rua
Andam de cabeça no ar
A ver se enxergam a Lua

Neste Mundo em que vivemos
E onde há tanta maldade
Embora todos dizemos
Que Jesus é a Verdade.

(07/02/1984)

Dia da Música

Dia da musica vamos comemorar
Essa doce e terna harmonia
Que ela ajude as guerras a acabar
Que haja: PAZ, AMOR e ALEGRIA

A musica é som que encanta
E que nos faz dançar
Tem qualquer coisa de santa
Que nos obriga a cantar

(01/10/1983)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Dia Mundial da Paz

Faz um esforço por favor
Vê se ainda és capaz
De trazer algum amor
No dia mundial da paz

Alguns dizem para Ter paz
É preciso fomentar a Guerra
Mas é triste tanto rapaz
Por ela morrer na terra

(20/09/1983)

Essas Crianças

Tenho pelas crianças
Um amor profundo
Por elas haver esperança
Na continuação do Mundo

Conduzir o seu destino
É uma força da razão
Não lhe faltar o ensino
Nem para a boca o pão

Por não haver paralelo
Nelas só há verdade
Com elas o Mundo é belo
Porque não têm maldade

Para seu bem estar
Devemos todos contribuir
Em vez de as ver a chorar
Que bom vê-las a rir

Amo louras e morenas
Todas da mesma maneira
Quando elas são pequenas
Linda é a sua brincadeira

Mas por esse Mundo fora
O que está a acontecer?
Decerto que nesta hora!
Há milhares a morrer!

Se o Mundo pensa-se nelas
O melhor que há na terra
Se vissem como são belas
Não haveria mais guerras

Quero aqui afirmar
Não sou melhor que ninguém
Mas não deixarei de lutar
Para que elas vivem bem

Delas estou sempre a falar
Por elas serem tão queridas
Aqui ou noutro lugar
Devem ser bem protegidas

Às crianças do Mundo inteiro
Quero expressar um desejo
De ser eu o primeiro
A todas enviar um BEIJO

A qualquer cidadão
Que se preze de o ser
Deve Ter essa preocupação
De nunca as esquecer.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dia da Água

Hoje é dia da água
Mas é bom não esquecer
Quantos sacrifícios e mágoa
Tantos lutam para a Ter

Tu que a tens repara bem
Que a pertença não é só tua
Porque aquele que não a tem
Não a pode ir buscar à Lua!

A Terra

A terra que tudo cria
A terra que tudo dá
Da humanidade o que seria
Se a terra fosse má

A terra que cria o oiro
E também a prata
A terra encobre o tesouro
Mas também descobre a sucata

Nela se cria a relva
É dela que vem o pão
Faz desabrochar a selva
Que dá guarida ao leão

Têm planícies e montes
Onde há rios e ribeiras
Tem canais e pontes
Onde há barcos e traineiras

Tem estradas para passar
Assim como outros caminhos
Tem campos para semear
O pão dos pobrezinhos

Nela vive o soldado e o marinheiro
Os desgraçados e os nobres
E é por falta de dinheiro
Que continua a haver pobres

Até tem um Mar imenso
Nessa grande Oceania
Embora também eu penso
Que tem muita porcaria

De dizer eu sou capaz
Daquilo que a terra tem
Nalguns sítios tem paz
Nos outros existe a Guerra

Os homens não são puros
E tem muitos defeitos
Tem que subir muitos furos
Para acabarem perfeitos

A terra tudo tem
A nossa vida até
Que de Deus vem
E nos envia a Fé

A terra que é perfeita
Mas tem fome e peste
Tem a cura e a maleita
Na pele que a gente veste

Deus deu tudo à terra
Abençoada o que nos dá
Se nos livrares da guerra
Em troca nós damos a Paz

A terra que cria o pão
E nos dá muita fartura
Provoca também destruição
E causa alguma amargura

O Globo e o firmamento
Que nós vimos na rua
Mas em constante movimentos
Está o Sol e a Lua

Tem muitas coisas tais
Como o Sul e o Norte
Mas dessas as principais
Serão a Vida e a Morte

A TERRA INFERMA COM MAL
QUE É SUPERIOR AO BEM
TODAVIA ESSE FINAL
NÃO O DESEJO A NINGUÉM